sábado, 6 de dezembro de 2025

Distribuindo o amor e o bem

Da importância de distribuir o amor e o bem.
Da importância de darmos vazão ao nosso anseio intuitivo, residente no fundo de nossa alma, de fazer o bem. Também disponível em Pensamento Novo - Brasil.

 


“ O AMOR É PARTE DA NATUREZA VERDADEIRA DO HOMEM

Vamos nos dedicar a proporcionar o bem ao próximo. Somente assim nos tornamos dignos da condição de sermos filhos de Deus. Somos, cada qual, uma ramificação da Vida de Deus, como se fôssemos Suas mãos e Seus pés. Quando um mosquito pica a nossa mão direita, não conseguimos afugentá-lo com a mão direita. Se sentirmos coceira na mão direita, não poderemos coçá-la com a mão direita. Se estivermos sentindo coceira na mão direita, nós a coçaremos com a mão esquerda, e, se um mosquito picar a mão esquerda, o afugentaremos com a mão direita. Do mesmo modo, os homens foram criados para que se auxiliem reciprocamente. Quem possui verdadeiramente a convicção de ser filho de Deus, deve viver desejando sempre auxiliar o próximo no que for possível. Convivendo assim, ajudam-se uns aos outros com alegria.

O ser humano possui um desejo instintivo de ser útil ao próximo. Como prova disso, todos sentem-se felizes ao prestar auxílio a alguém. Tal ocorre porque a natureza verdadeira do homem é Deus, e Deus é amor. E também porque o amor Divino só se realiza quando o homem se dedica ao bem do próximo.

O amor atrai amor, e, portanto, o amor dedicado a uma pessoa não fica limitado apenas a essa pessoa. Ele vai se transmitindo de pessoa para pessoa, infinitamente, despertando também no outro o amoroso desejo de beneficiar de alguma forma o próximo.

O amor torna-se precioso quando é oferecido ao outro incondicionalmente. Amor não é pregação, não é algo a ser ostentado, dizendo-se ‘Vejam as minhas ações de amor e as imitem!’, nem deve ser usado para censurar ou fazer insinuações a quem não está praticando a caridade. Amor é simplesmente amor. O verdadeiro amor é aquele em que nada mais existe além do amor. Só esse amor desprendido traz a verdadeira felicidade, tanto para quem deu como para quem recebeu amor.

Se tivermos, por pouco que seja, um sentimento de exigir reconhecimento pelo bem praticado ao outro, esse ato de amor não nos fará sentir felicidade, pois pensaremos, insatisfeitos, ‘Fiz tudo isso, mas ele nada fez para me retribuir’, ou ‘Ele deveria me retribuir melhor’. Assim, se criará um ‘inferno do amor’, que nos atormentará e fará sofrer.

Só o amor oferecido livremente, sem nada desejar em troca, é que tem o poder de comover o outro, e esse é o verdadeiro ato de amor. Um sentimento que censura o outro por falta de retribuição adequada será captado pelo outro, e isso suscitará o seu ódio.

Deus é o todo de tudo, portanto, não é preciso se decepcionar, mesmo que o amor oferecido a uma pessoa não retorne a você diretamente a partir dela. O amor oferecido com a mão direita pode retornar através da mão esquerda, ou, então, retornar de uma direção inesperada. ”


Excertos de Shinri, volume 1, de Masaharu Taniguchi, Nippon Kyobun Sha Co. Ltd., Tóquio (1954), a partir da tradução em português (1a edição) da Seicho-no-Ie do Brasil, São Paulo, 2002. Texto exclusivamente para estudo e uso pessoal.

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