“ PREPARO MENTAL PARA A FELICIDADE
Você sabe o que é a felicidade? Se pensarmos que a felicidade seja um acontecimento grandioso, deixaremos escapar a verdadeira felicidade, que nos visita diariamente. Obtemos a verdadeira felicidade quando aceitamos com gratidão cada pequeno acontecimento. Não há felicidade em acontecimentos grandiosos como terremotos, furacões ou guerras. A alegria de ver o Sol nascer de manhã, a alegria de respirar o ar, a alegria de lavar o rosto com água límpida, a alegria de nos servirmos do arroz, a alegria de estudar, a alegria de ver o rosto do pai, da mãe, dos irmãos e irmãs – a constância dessas alegrias constitui a verdadeira felicidade.
Não se consegue alcançar a verdadeira felicidade porque, sem aceitar essas pequeninas alegrias, pensa-se que a felicidade seja algo gigantesco que se eleva imponente em algum lugar muito distante.
Podemos afirmar que a fé seja aceita com docilidade as pequenas alegrias do cotidiano, como uma preciosa dádiva de Deus. Se toda a humanidade sentisse felicidade e contentamento, aceitando docilmente as alegrias que acompanham os pequeninos acontecimentos do cotidiano, não haveria possibilidade da eclosão de uma grande guerra. Guerras eclodem porque são desprezadas as pequeninas alegrias da vida, com a ideia errônea de que existe alguma outra alegria que seja extraordinária.
A felicidade não se encontra em algum lugar longínquo. A própria vida, em si, já é uma manifestação de felicidade. Se alguém diz que não encontra a felicidade, na verdade está deixando de ver a felicidade já existente. Deus, no entanto, não enfia à força o ‘bolinho da felicidade’ na boca de quem não deseja aceitá-lo. Deus deu ao homem liberdade total. Por isso, apesar de já nos ter dado a felicidade, descobri-la e recebê-la depende da nossa disposição mental. Se, eventualmente, você estiver em uma circunstância que não o deixe pensar que já é feliz, na verdade, isso não significa que não exista a felicidade, mas que a sua mente não está preparada para ver a felicidade. Portanto, feche os olhos, e mentalize assim:
‘Abro docilmente o meu coração, e recebo, agora, a felicidade que Deus me concedeu. Deus disse, ‘Bato à porta, e, se alguém abrir, entrarei imediatamente.’ Agora, eu abro a porta do meu coração e recebo docilmente a felicidade que Deus me concedeu. Por isso, tudo transcorre satisfatoriamente em todos os aspectos. Sou feliz. Sou feliz.’
Este é um modelo de oração, e, portanto, não é necessário que se utilizem exatamente essas mesmas palavras. Basta mentalizar palavras com o mesmo sentido, e que sejam adequadas a cada pessoa para suscitar o sentimento de aceitar docilmente a felicidade concedida por Deus. A felicidade que Deus concede a você é sua, e ninguém mais pode recebê-la ou usurpá-la, mesmo que o queira. Se você não é feliz ou é pequena a felicidade que sente, isso não significa que outra pessoa usurpou de você a sua felicidade. Simplesmente você não a recebeu. Se o aparelho de rádio não capta o programa transmitido pela emissora, isso não significa que a transmissão não existe. Apenas não foi sintonizada. Do mesmo modo, a ‘transmissão’ da felicidade está sempre presente. Basta que você suscite ondas mentais que se sintonizem com a felicidade transmitida por Deus. Para isso, você deve expressar gratidão, agradecendo, ‘Muito obrigado!’, procurando e descobrindo ao máximo as pequeninas e modestas alegrias do seu cotidiano. ”
Excertos de Shinri, volume 1, de Masaharu Taniguchi, Nippon Kyobun Sha Co. Ltd., Tóquio (1954), a partir da tradução em português (1a edição) da Seicho-no-Ie do Brasil, São Paulo, 2002. Texto exclusivamente para estudo e uso pessoal.
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