Um texto sobre o efeito libertador, vivificador que pode brotar em nossas vidas ao exercitarmos diligentemente o aprofundar, nas camadas mais profundas de nossa mente, da ideia de perdoar (abençoar) a quem de alguma forma nos feriu ou prejudicou. Esse exercício transforma a resignação em reconciliação, e nossa mente é assim purificada. Também disponível em Pensamento Novo - Brasil.
“ NÃO RESIGNAÇÃO, MAS RECONCILIAÇÃO
Durante uma série de conferências em Tóquio, no começo de 1963, uma jovem mulher visitou-me no Hotel Imperial, e disse:
– Acho que o senhor pode me ajudar. Meu pai, que é um alcoólatra, violentou-me quando eu tinha dez anos, e desde então venho tendo convulsões, duas ou três vezes por semana. O médico da Universidade disse que são ataques epilépticos; os remédios me dão apenas um alívio temporário.
Alegava já ter perdoado seu pai, e que se davam bem. Disse também que ela e suas irmãs visitavam-no uma vez por semana e jantavam com ele.
Pelo seu modo de falar, senti que ela ainda nutria um profundo ressentimento em sua mente subconsciente, e que na verdade não o perdoara realmente. Expliquei-lhe que se não o perdoasse, continuaria a sofrer. A única coisa sensata a fazer é compreender isto, perdoar, e então libertar a mente.
Enquanto ela continuasse a condenar em silêncio, enquanto não conseguisse perdoar – libertar o pai que a ferira –, nunca encontraria a paz. Expliquei-lhe que a reconciliação, ou a restauração completa da verdadeira amizade e harmonia entre eles, ocorreria se ela seguisse esta instrução, e, toda manhã e à noite antes de dormir, orasse em voz alta para o seu pai, do seguinte modo:
'De todo o coração, sincera e ternamente, rogo que a paz de Deus preencha a alma de meu pai. Rogo para que ele seja inspirado e abençoado em todos os seus caminhos. Alegro-me que o Amor de Deus esteja fluindo através dos seus pensamentos, palavras e ações. Eu sinceramente lhe desejo saúde, felicidade e todas as bênçãos da vida. Eu o perdoo agora, total e livremente. Faço-o consciente e subconscientemente. Ele está livre, e eu estou livre. Sempre que penso em meu pai, afirmo silenciosamente, 'Que Deus esteja convosco'. Eu realmente assim o desejo; sou sincera, e a minha mente subconsciente, que é como um gravador, registra agora a verdade que estou afirmando. Já perdoei a mim mesma por nutrir pensamentos de ódio todos estes anos, e decidi nunca mais fazer isso outra vez. Eu agradeço; estou livre. Ele está perdoado e eu estou perdoada, porque eu me perdoei. É maravilhoso!'
Essa maravilhosa professora japonesa escreveu-me uma linda carta, alguns meses depois, dizendo que nunca mais tivera outro ataque. ”
Tradução de excertos de The miracle of mind dynamics: a new way to triumphant living, de Joseph Murphy (1898-1981), Prentice-Hall, Inc., Englewood Cliffs, New Jersey, EUA, 1964. Compartilhado exclusivamente para leitura e estudo pessoal.

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