Uma proposta de correção da nossa atitude mental, nas interações com nossos semelhantes. Também disponível em Pensamento Novo - Brasil.
“Há um ditado que diz: ‘Se você amaldiçoar o próximo, cavará dois buracos.’ Isso significa que se você cavar a sepultura do outro, estará também cavando a sua própria. Se você se zangar com alguém, estará infalivelmente prejudicando a si mesmo. Quando você se zanga, não se sente bem, não é mesmo? Isso porque a ira produz toxinas no sangue. Pelo ato de zangar-se será criada a causa de sua própria doença e de velhice precoce, pois são acumuladas toxinas na corrente sanguínea. Será que há necessidade de zangar-se, a troco de doenças e envelhecimento? A ira não só prejudica o corpo como também fere a alma, que é tão importante. E isso é bem mais grave. Não adianta, porém, reprimir e esconder a ira. O melhor a fazer é manifestar o amor para que não nasça a ira.
Quem mais sofre por alimentar ódio contra alguém é a própria pessoa que odeia. Odiar uma pessoa culpada jamais servirá para restabelecer a justiça. O que se consegue vendo a parte negativa do outro, e assim obscurecendo a própria mente, não é nada mais que ferir o outro e a si mesmo. É impossível restaurar a justiça ferindo o outro e ferindo-se a si próprio. O ódio, a ira, a maledicência, os comentários sobre a vida alheia, são, afinal, pensamentos que ferem outros. Por isso, quando se guardam esses sentimentos, estamos ferindo a nós próprios. Porque alguém cometeu algum mal, não é preciso a gente se ferir, sofrer e criar a causa de doenças e de envelhecimento. Devemos, antes, dedicar um amor capaz de dissolver o mal do outro.
Pensar a todo instante ‘ele é mau, ele é mau’, é fazer com que o outro se torne cada vez pior, pela ação do poder do pensamento. Pois é uma lei da mente manifestar-se exatamente aquilo que se pensou. Se, por sede de justiça, você se sente indignado, é devido ao desejo de melhorá-lo porque ele está errado. Nesse caso, você deve irradiar para o próximo o seguinte pensamento: Ele não é, em princípio, uma pessoa que comete aquele mal. É boa pessoa, é boa pessoa. Por isso, doravante, só fará coisas boas. É o amor que torna boa uma pessoa, não os sermões. E amor não significa apiedar-se do defeito do outro e tratá-lo com demasiado carinho. É procurar o ‘bem’ existente no íntimo dessa pessoa e respeitá-la, por mais imperfeita que ela pareça ser. ”
Excertos de Kōfuku wo maneku 365 shō, de Masaharu Taniguchi, Nippon Kyobun Sha Co. Ltd., Tóquio (1959), a partir da tradução em português (1a edição) da Seicho-no-Ie do Brasil, 1974. Texto somente para estudo e uso pessoal.

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