Uma analogia entre o trabalho com o ferro em uma forja e o aprimoramento da alma nas relações humanas, em especial com aquelas aparentemente desarmoniosas; e uma perspectiva que nos permite navegar com eficiência por elas, em direção a uma maior harmonia. Também disponível em Pensamento Novo - Brasil.
“NÃO APENAS SUPORTAR, MAS AGIR POSITIVAMENTE
Quando recebemos palavras de insulto ou somos tratados rudemente, não devemos ficar revoltados. No budismo, a ‘paciência’ é considerada como um dos seis caminhos que conduzem à ‘iluminação’. Adestrada com golpes adequados, a alma aumenta a sua força e a sua tenacidade. O ferro fundido é frágil porque não foi malhado. O ferro forjado é resistente porque foi batido com o malho.
Conseguimos suportar as ofensas e os insultos porque temos a convicção de que não somos seres frágeis e vulneráveis a esses insultos, mas, sim, filhos de Deus indestrutíveis e invulneráveis a quaisquer ofensas ou agressões. Aquele que diz, ‘Ah, sou obrigado a me resignar porque eu não posso com ele’, é um fraco. Tal tipo de ‘paciência’ provém do complexo de inferioridade, e não é uma coisa muito louvável.
Se alguém consegue suportar ofensas, é porque ele tem profundo amor pelo próximo. Se ele não devolve os insultos é porque acredita na natureza divina do próximo, e sabe que a sua atitude incorreta desaparecerá logo e que se manifestará com certeza a sua Essência Divina (seu aspecto real), perfeita e maravilhosa. Ele sabe suportar, não porque seja ‘fraco’. A sua atitude não é uma simples ‘submissão’, mas uma ação positiva para o aprimoramento (manifestação da Essência Divina) do próximo.
A ‘força para suportar’ aumenta quando há amor e desejo de ‘salvar o próximo’ ou de ‘fazer com que se manifeste a Essência Divina do próximo’. Devemos não apenas suportar, mas orar para que se manifeste a Essência Divina perfeita que existe atrás das palavras ou atitudes grosseiras, mentalizando da seguinte forma: ‘Ele é filho de Deus. Em sua Essência Divina, ela não é má pessoa. Ele profere palavras grosseiras porque, com isso, seus carmas passados que, como a casca do fruto da castanha, superficialmente lhe encobrem a Essência Divina, vão se desprendendo um a um, e vai sendo criada uma situação purificada; e quando houver o desprendimento de todos os carmas, manifestar-se-á a Essência Divina perfeita.’ ”
Excertos de Kibo wo Kanaeru 365 Sho, de Masaharu Taniguchi, Nippon Kyobun Sha Co. Ltd., Tóquio (1965), a partir da tradução em português da Seicho-no-Ie do Brasil, 1983. Texto somente para estudo e uso pessoal.
Ilustração disponível em:
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/f/f7/Blacksmith_working.jpg

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