domingo, 5 de fevereiro de 2023

Amar a Deus

 

Expressar a capacidade individual de forma útil ao próximo é também amar a Deus.

Neste texto, discute-se o ato de expressarmos nossos talentos e nossa capacidade em prol de nossos semelhantes como sendo um caminho para amarmos a Deus, que se aloja em nossa alma. Também disponível em Pensamento Novo - Brasil.

 

“ AQUELE QUE NUNCA NOS ABANDONA

Se você julga ainda não ter conseguido receber amor, tome você próprio a iniciativa de amar. Às vezes, podemos ter dúvidas sobre a quem devemos amar, por estarmos correndo o risco de dizer ‘Eu te amo’, e não sermos correspondidos pela outra pessoa. Assim, apesar de querermos demonstrar o nosso amor, sentimo-nos tolhidos, pois não é nada agradável sermos recusados após declararmos o nosso amor com franqueza.

Mesmo em tais circunstâncias, há quem já o esteja amando. Portanto, não deixe de corresponder a esse amor. Talvez você possa indagar: ‘Mas será que há mesmo? Quem será?’. É ninguém mais, ninguém menos que o próprio Deus. Não um Deus que estaria lá no alto, vigiando os homens para castigá-los, caso cometessem erros. É Deus presente em seu próprio íntimo. Ame a esse Deus. Viva de tal maneira que você deixe esse Deus sempre contente. Jamais você está só. Você sempre pode amar a Deus, que está amando você, ininterruptamente.

Deus está dentro de você, pois você é a Sua própria autorrealização. Deus Se realiza através do talento ou capacidade especial de que você é dotado. Amar esse talento ou capacidade que se aloja em seu interior equivale a amar ao próprio Deus alojado em seu íntimo. Não é por acaso que você é detentor de um determinado dom: ele existe para ser manifestado em benefício de alguém. Deus está constantemente dizendo: ‘Manifeste-o! Utilize-o para o bem do próximo!’.

Jesus disse: ‘Aquele que tem os meus mandamentos e os observa, esse é o que me ama. …’ (João 14:21). Se você ama a Deus, deve observar o mandamento de Deus que diz: ‘Manifeste o seu talento em benefício de alguém.’ É este o caminho para amar a Deus.

Certa viúva sentia-se solitária. Ela não podia contar com nenhum parente ou amigo íntimo para receber carinho ou compreensão. Tinha vontade de possuir amigos, mas encontrava dificuldade para consegui-los. Um dia, porém, tendo recebido orientação de um conhecedor da filosofia do pensamento positivo do Movimento New Thought [Pensamento Novo] resolveu amar a Deus de seu íntimo, ou seja, o seu dom natural, procurando manifestá-lo de modo a trazer benefícios a alguém. Refletiu, e reconheceu que a única coisa que fazia relativamente bem era tocar piano. A fim de poder manifestar esse seu talento e o seu amor, fez publicar o seguinte anúncio num jornal, apesar de não ter a experiência de um profissional: ‘Ofereço-me para tocar piano gratuitamente em igrejas, jardins de infância e festas infantis.’ Como logo em seguida foi muito requisitada por várias entidades, de uma hora para outra tornou-se ocupadíssima.

Ela tocava piano apenas para amar a Deus. Sua única intenção era a de amar e vivificar o talento que possuía, que é uma forma de autorrealização de Deus. Não tinha a mínima preocupação em tocar de forma esplêndida ou em ser bem-vista. Seu ego havia sido anulado. Dedicava-se de corpo e alma unicamente a manifestar Deus e servir a Deus. Em pouco tempo, ela pôde notar que as pessoas apreciavam as músicas que executava. Percebeu também que além das músicas, muitos lhe demonstravam enorme estima. No passado, quando sofria o drama da solidão, ansiava tanto por receber o amor das pessoas… Mas, agora, sentia-se realizada, pois manifestava ‘Deus’ através de seu trabalho, e vivenciava o fato de ser amada por Deus…

E a sua felicidade não se limitou a isso. Ao se apresentar em uma festa infantil, casualmente conheceu o pai de uma das crianças presentes. Ele havia ficado viúvo pouco tempo antes, e estava tendo muito trabalho em cuidar sozinho dos filhos. Eles se entenderam, casaram-se e constituíram um lar feliz. Assim, além da felicidade e do amor que conseguiu pela formação de uma família, ela continua a desfrutar da alegria de manifestar o talento que recebera de Deus para fazer com que seus semelhantes se sentissem mais felizes. ”


Excertos de Seikatsu no Chie 365 Sho, de Masaharu Taniguchi, Nippon Kyobun Sha Co. Ltd., Tóquio (1963), com base na tradução em português da Seicho-no-Ie do Brasil (Noriko Ono, 2000). Texto somente para estudo e uso pessoal.

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