Autoafirmação, repensada

 

O autor discute aqui o que entendemos como fundamento da autoafirmação do indivíduo, um dos alicerces da democracia, e quais as implicações deste conceito na vida humana em geral. Também disponível em Pensamento Novo - Brasil.

“ O grande problema dos que não sabem interpretar corretamente a 'democracia' está no fato de confundirem 'autoafirmação' com 'perseguição do prazer'. Autoafirmar-se não consiste em perseguir o prazer. Muitas vezes, o prazer acaba encobrindo a razão, que é o elemento mais importante da natureza humana. Por isso, embora o prazer pareça ser nosso aliado, é, na realidade, nosso inimigo. O prazer pertence ao corpo carnal, que é o servo da alma. Porém, quando é impelido pelo prazer, ele se sobrepõe à alma, passando a dominá-la, ficando então o 'carro adiante dos bois', e aquele que deveria receber ordens, passa a ditá-las. Dessa forma, a alma, à qual pertence o direito humano fundamental, acaba perdendo a soberania para o corpo carnal. Por isso, enquanto as pessoas mantiverem a ideia de que a felicidade do homem consiste no prazer do corpo, a sua real natureza permanecerá encoberta. ”

                                                                                   Masaharu Taniguchi